quinta-feira, 7 de março de 2019

a janela

Ponho-me a olhar pela janela, vejo as pessoas a passar. Em tempos também fui uma pessoa normal, que anda dum lado para o outro, queixando-se de coisas mínimas sem saber dar graças pelo que de bom tem na vida...
Em tempos ja vagueei pela rua fora, sem saber que nada é garantido. As coisas não são o são, o trabalho não o é, o tempo não o é, as pessoas não o são e muito menos os sentimentos.
Somos do tamanho do mundo até que um dia o mundo se apodera de nós e, num suspiro tornamo-nos pequeninos, insignificantes, “esqueciveis”. E, é a partir desse mesmo instante que olhamos à nossa volta com olhos de poeta, vemos beleza na mais ínfima coisa, no mais insignificante pormenor e caímos na realidade. Nada é nosso, nada é garantido. Estamos à espera mas nunca estamos preparados. Ninguém está preparado para a dor, para a perda, para o trauma...
Pensamos em desistir mais vezes do que queríamos mas, há algo em nós que nos faz querer lutar mais um dia na esperança de um dia ser o dia. Na esperança de um dia vencermos a mais pequena batalha até um dia ganharmos a paz. A nossa paz, a paz interior.
Deixamos de desejar o mal e passamos a missão ao universo para que ele devolva a cada um o que merece e tem direito. Talvez seja a nossa crença para que a paz chegue antes de chegar mesmo, para que a paz nos faça respirar fundo sem que nos volte à mente a ideia de desistir do nosso ser, do nosso futuro, do que amamos.
É completamente fascinante como um simples olhar pela janela, com olhos de ver, conseguimos observar o nosso ser...

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